terça-feira, 8 de outubro de 2013

Seis e meia dúzia

Se estar confuso compreende afirmar cada vez de forma mais contundente, que todas as vontades, quando cogitadas somam em nada, é melhor que não se cogite nenhuma delas.
O arrefecer começa pela intrínseca noção de realidade, que se reafirma a cada tentativa de escape , parecendo colidir com toda a alegria e delicadeza, emprestadas pela fantasia.
O sufoco pela racionalidade é inevitável quando todos os desejos contidos, são justapostos  ao possível , e então se torna cada vez menos quistoso estar de volta ao caos natural, quando ofertada tamanha serenidade.
  Quando a fantasia é quem supre todas as possibilidades que transitam na mente, a ideia da satisfação- já encomendada- é a próxima entrega.
  A fantasia encarrega-se  de toda energia em favor da criação, para que o contato com o não palpável pareça mais verdade que o material.
 Faz de miséria, o banquete que parecia, ter a  certeza de que ao escolher tal caminho, erraria, simplesmente por ser a ausência de qualquer compromisso, definição de correto, ou factualidade. 
Ludibriando-o, ou não, ela nocauteia qualquer que seja o impedimento à suavidade, e à liberdade que no real, digladiam com a moral.
Mas não cessa de aninhar às máscaras, a culpa carregada pela infinitude real do caos, a brutalidade do mundo, e o choque produto da desilusão. 
Ao despertar, lho faz deparar-se com toda incumbência da qual não foi liberto, e então ele enxerga que é realmente uma pena, a palavra erro se explicar a partir da mediação feita entre o imaginário, e o já esperado. Lembra-se de como fica difícil se alimentar do que parecia ser melhor, quando se encontra acordado. 
A construção da fantasia, já está bem confeitada daquilo que o amor, e todo o resto do que é sublime, contém, carregando da maneira mais engenhosa, o poder de ter  lhe servido de alguns segundos de tranquilidade .
Porém , ele entristece, ao se lembrar que tem a tarefa de reduzir tudo aquilo em que realmente acredita, a fragmentos que possam  juntos, formar algo mais próximo daquilo que dita a realidade comum, e o socialmente aceitável.
Ele ri de tudo aquilo, e enxerga como é grotesco o trocar um seis por meia dúzia, já que ao reduzir seus desejos para serem aceitos, encontra também uma fantasia. Mas dessa vez, uma fantasia do mundo e das pessoas que o habitam. Uma fantasia constante, de mascarar a vontade própria, pra não serem ignoradas.

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