segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O grande artifício

Um absoluto escuro, anterior à um feixe de luz desconhecido e distante, que se punha bem pra depois, faz com que desperte a qualquer habitante ali presente- por mais taciturno e acostumado que esteja a viver no vácuo da luminescência- a curiosidade de estar sensível à claridade.
Essa vicissitude deve-se à luz ser o artifício que arranja toda a superfície que o nosso olhar é capaz de alcançar- por mais que este esteja sempre à mercê da capacidade absoluta de enxergar.
 Mas ao contrário do que se acredita, mais do que a ausência da luz, a escuridão é o pormenor primitivista dessa sensibilidade. Ela arraiga toda a curiosidade necessária pra que se corra atrás da vivacidade.
Ninguém pode estar absorto de luz, sem ter conhecido a escuridão, e dessa forma a ordem estabelecida para o alcance, se põe inerente a todo tipo de contemplação, desde que seja obedecida, para evitar os erros de cálculo.
Qualquer etapa é importante pra se atingir o conhecer sobre algo ou sobre alguém, aludindo então o feixe de luz à essa conquista.
Mas é essencial que não se tenha pulado nenhuma etapa por subestimação, ou do contrário, o caminho mais próximo após a dessensibilização da visão, é a cegueira por erro de cálculo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário